A Comissão Nacional para os Direitos Humanos (CNDH) condena com veemência o caso da menina de 17 anos, que foi espancada até à morte, por 14 mulheres, na localidade de Catche Balanta, setor de Catió, Região de Tombali, por alegadamente ter rejeitado casamento forçado.

Em declarações ao site da instituição, a sua presidente, Dr.ª Fernanda Maria da Costa, afirma que a CNDH não compactua com comportamentos do género, porque, atualmente, ninguém pode obrigar o ouro a fazer o que não quer. “Podemos ter filhos, mas eles não são nossas propriedades”.

“Basta! Não é possível continuarmos a comportar como selvagens. Até quando vamos continuar com esse tipo de atitudes e a cultura de violência que vem crescendo na nossa sociedade? Não é normal. Devemos começar a pensar e agir como humanos que somos. Estamos num mundo moderno, temos de aceitar a realidade”, advertiu, num tom de revolta.

Na sua opinião, a situação de violência continua a alastrar-se cada vez mais no país. Por isso, apela às autoridades competentes, responsáveis pela investigação criminal, neste caso a Polícia Judiciária, a levarem esse caso a sério, traduzindo os supostos culpados à justiça e a sua consequente condenação, de acordo com a lei.

O que choca ainda mais à Presidente da Comissão é o facto de as coisas estarem a deteriorar-se: “Anteriormente, recebíamos denúncias de homens a maltratarem mulheres. Agora, parece que as tendências se inverteram, sendo que as mulheres se matam entre si”.

No entanto, Dr.ª Fernanda da Costa lembra que, recentemente, a CNCH recebeu denúncias, também vindas da zona de Catió, de um caso em que uma menina foi violentada por ter recusado casamento com homem de idade muito mais avançada. Situação que não piorou só porque a vítima conseguiu escapar, foi parar na esquadra local e depois acolhida por pessoas de boa vontade, que a impediram de voltar para casa.

Nos últimos tempos, casos de violência contra raparigas, sobretudo ligados ao casamento forçado, têm-se multiplicado nas regiões de Tombali e Quínara, Sul da Guiné-Bissau.

Estes e outros acontecimentos de género, têm merecido condenação e repúdio por parte da Comissão Nacional para os Direitos Humanos, nomeadamente, através da sua presidente e das estruturas regionais.

ISB