Uma criança de seis anos de idade, vítima da Mutilação Genital Feminina, em Bissau, vai ser evacuada para Portugal nesta sexta-feira, 17 de maio de 2024, com o objetivo de receber tratamento médico mais especializado.
O processo foi conduzido pelo Governo da Guiné-Bissau, através do Comité Nacional para o Abandono das Práticas Nefastas à Saúde da Mulher e da Criança (CNAPN), em colaboração com a ONG AIDA.
Segundo uma nota de imprensa do CNAPN, assinada pela sua presidente, Marliatu Djaló, a vítima deu entrada nos serviços da pediatria do Hospital Nacional “Simão Mendes” no passado dia 5 de maio de 2024, com fortes dores no abdómen, Estenose Uretral (Estreitamento do Orifício Vaginal e Meato Urinário) e uma Fístula Visicovaginal, consequência da MGF tipo 3 (infibulação) a que foi vítima.
De acordo com os médicos, a menor, que vive com a avó há oito meses, apresentou “um quadro infecioso grave” e ainda “corre riscos de vida”, precisando passar por diferentes tipos de cirurgias que precisam ser feitas com equipamentos mais especializados.
A nota adianta que o ato foi condenado pelo Comité Nacional para Abandono de Praticas Nefastas que, na sua caravana de Cinema Born Perfect (NASCIDA PERFEITA), neste momento a percorrer pela região de Gabu, leste do país, tem promovido corrente de força e oração a favor da vítima.
A mutilação genital feminina é uma prática corrente na Guiné-Bissau, com uma prevalência de cerca de 45 por cento em mulheres entre 15 e 49 anos. Segundo dados disponíveis, as zonas com maior predominância são as regiões de Gabu (96.3%) e Bafatá (86.8%), no leste do país.
Jornal Nô Pintcha